Horizonte

Risos e lágrimas,
E um coração atrapalhado.
Onde nascem as estações?
O que significam o canto dos pássaros?
Fecho os olhos e tudo que sinto não consigo expressar, histórias se fundem e cada uma é incógnita.
Dois corações que já foram únicos.
Os ritmos mudam, o mar joga sua fúria nas pedras,
o Sol frita a Terra, no entanto ainda há amor no ar.
E eu me questiono:
Onde está a lógica de tudo isso?
Qual a fala certa para expressar a chuva no inverno?
Talvez no girar do  globo o começo seja sempre.
Quem sabe quando o momento bate à porta?
Ou quando a tempestade pode provocar um tsunami?
O que posso perceber é que
meu coração pressagia suas próprias falas e o que precisa gritar.
Há lembranças que trazem seu próprio brilho.
Há uma voz antiga que precisa ser ouvida e uma garganta seca de silêncio.
Os olhos que se perdem no horizonte,
a brisa que desgrenha os cabelos sobre a face,
ou mesmo numa lágrima que se pronuncie todos os sentidos.
Caminhos, e todas as direções se entre abraçam...
Vagamos juntos olhando o horizonte sem cor,
na reverência da vida estamos estáticos com o que não nos damos conta,
 ou deixamos escapar.
As pérolas e os cabelos que branqueiam,
E eu me pergunto: se já é tarde para compreender?
O amor me diz que nunca se afastou,
e eu percebo que com todos os cortes que trago na alma,
o amor sempre continuou aqui.
A noite chega, a Lua brilha
 e meus dedos contam histórias.

Texto e imagem: 

Isis Carvalho